RECURSOS DIGITAIS E AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS REMOTAS

 RECURSOS DIGITAIS E AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS REMOTAS

Resumo:

  A internet surgiu em pesquisas do departamento de defesa dos Estados Unidos na década de 70. Entretanto, os computadores, só passaram a ter uso individual na década de 90, em virtude de inovações tecnológicas e após a criação e distribuição do World Wide Web (WWW). A partir daí, vem sofrido várias evoluções. De uma forma estática, apenas para consulta de informações, até um momento de compartilhamento e interação, onde o usuário  passa a ser o produtor de conteúdo, tornando a informação dinâmica. O uso das tecnologias sempre esteve presente na educação, mas o período pandêmico da Covid-19 trouxe para a escola uma adequação quase urgente. As práticas pedagógicas tiveram que ser reformuladas, os recursos da web 2.0 utilizados e adaptados a cada situação de aprendizagem.   A grande vantagem de tantas mudanças, em tão pouco tempo, é que com o retorno das aulas presenciais foi possível perceber a infinidade de recursos que a web pode oferecer para a educação. Um grande número de pesquisas e coleta de dados começou a ser realizada. A busca por uma adequação da escola para a vida dos estudantes para além dos muros começou a ser considerada com mais empenho. O uso de recursos digitais como o Google Classroom e Google Meet é ilustrado em um estudo de caso realizado na Faculdade Dom Pedro II de Sergipe cujos resultados mostram que o trabalho remoto pode ser bem eficiente e promover a aprendizagem de forma efetiva dos estudantes.

Palavras-chave: Recursos Digitais. Práticas Pedagógicas Remotas. Estudo de Caso.

 

Abstract

 The internet emerged in research by the United States Department of Defense in the 70s. However, computers only came to be used individually in the 90s, due to technological innovations and after the creation and distribution of the World Wide Web (WWW ). Since then, it has undergone several evolutions. From a static way, just to consult information, until a moment of sharing and interaction, where the user becomes the content producer, making the information dynamic. The use of technologies has always been present in education, but the pandemic period of Covid-19 brought an almost urgent adaptation to the school. Pedagogical practices had to be reformulated, web 2.0 resources used and adapted to each learning situation. The great advantage of so many changes, in such a short time, is that with the return of face-to-face classes, it was possible to perceive the infinity of resources that the web can offer for education. A large number of surveys and data collection began to be carried out. The search for an adequacy of the school for the life of the students beyond the walls began to be considered with more commitment. The use of digital resources such as Google Classroom and Google Meet are illustrated in a case study carried out at Faculdade Dom Pedro II in Sergipe, whose results show that remote work can be very efficient and effectively promote student learning.

 Keywords: Digital Resources . Remote Pedagogical Practices. Case Study

PENSAMENTO CRÍTICO NA WEB

Fonte: Arquivo Pessoal

A internet trouxe para a educação uma infinidade de possibilidades de acesso à informação, a qualquer hora e lugar. As linguagens oral e escrita deixaram de ser as únicas formas de desenvolver habilidades e competências necessárias ao mundo do trabalho e relações sociais. Assim, estudantes e professores tem o desafio de lidar com essa nova realidade de forma responsável, sem se deixar levar por informações tendenciosas ou inverídicas. Hoje, o autoaprendizado permanente, cooperação na busca de novos conhecimentos e o suporte tecnológico para o acesso à informação, parecem resultar em consequências decisivas para antever a evolução dos processos educativos. Para dar conta dessa nova realidade, a escola figura como um dos grandes colaboradores para formação de um sujeito crítico, reflexivo e em constante aprendizado.

Apesar do aumento dos recursos de acesso a informação, o desenvolvimento do pensamento crítico ainda continua sendo uma das principais dificuldades enfrentadas para garantir ao estudante um acesso consciente e de qualidade a infinidade de conteúdos disponível na web. Segundo Giannasi e Berbel (1998), o pensamento crítico envolve análise de premissas, argumentos e evidências encontradas no mundo compartilhado de nossas experiências. Não é independente do contexto e do conteúdo.  É um processo de dar sentido a experiências externas através de análises das questões e informações (processo cognitivo interno).

Para Vale e Abranches (2010), uma pesquisa na web envolve a análise dos dados e informações coletadas, para assim, formar um juízo sobre o objeto de pesquisa de forma reflexiva planejada e questionadora. Uma forma de provocar esse trabalho crítico nas escolas é conhecer o que os jovens gostariam de ver na web no futuro e formar grupos diferentes de trabalho colaborativo de acordo com seus interesses e aptidões naturais. Cada ambiente de escolar encontrará seu caminho de pesquisa fazendo seus ajustes ao longo da experiência de pesquisa crítica.

Outro fato que reforça a necessidade de desenvolvimento do pensamento crítico são as intenções subentendidas nos vários recursos midiáticos utilizados. Segundo Figueiredo (2016), o resultado das buscas de informações na web não é despro­vido de intencionalidades, mas é, sobretudo, tendencioso e possui encaminhamentos que não são observados de imediato pelo usuário.

A percepção de alguns objetivos obscuros por trás das redes sociais e dos motores de busca, mostra a importância no uso de uma competência crítica em informação. Cria condições para análise e desenvolvimento de algumas habilidades que realmente podem ser úteis para um usuário que deseja fazer buscas de informação em ambiente on-line.

Do ponto de vista social, para Bezerra (2015), o pensamento crítico dos usuários da web é uma ferramenta essencial para a construção de uma sociedade livre e democrática, na qual os indivíduos possam fazer escolhas mais conscientes que ampliem a autonomia do curso de suas vidas.

O pensamento crítico vai desde saber como usar os computadores e acessar a informação até a reflexão crítica sobre a natureza da informação em si, sua infraestrutura técnica, contexto e impacto social, cultural e filosófico, o que permite uma percepção mais abrangente de como a vida das pessoas são moldadas pela informação que recebem cotidianamente.

Assim, na era da internet e da sociedade da informação o desenvolvimento do pensamento crítico figura como uma habilidade de grande utilidade para quem está sendo exposto a um turbilhão de informações, diariamente. Na web circulam todos os tipos de informações. São comuns informações de fontes não muito fidedignas, incompletas e até mesmo obsoletas. Assim a escola assume a responsabilidade de conduzir a formação do usuário na web de forma mais consciente e crítica possível, com o intuito de formação de cidadãos ativos e capazes de decidir o que fará parte em seu rol de conhecimentos basilares.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Bezerra, A. C. (2015). Vigilância e Filtragem de Conteúdo nas Redes Digitais: Desafios para a Competência Crítica em Informação. XVI Encontro Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação (XVI ENANCIB). Disponível em: https://ridi.ibict.br/bitstream/123456789/923/1/2716-6796-1-PB.pdf. Acessado em: 21 de Janeiro de 2022.

Figueiredo, M. F. (2016). Ferramentas no Julgamento Avaliativo em Ambiente Web para buscas com vistas ao Desenvolvimento de Competência Crítica em Informação. Revista Conhecimento em Ação, Rio de Janeiro, v. 1, n. 2, julho/dez. Disponível em: https://revistas.ufrj.br/index.php/rca/article/viewFile/99/7152. Acessado em: 21 de Janeiro de 2022.

Giannasi, M. J. &  Berbel, N. A. N. (1998). Metodologia da Problematização como Alternativa para o Desenvolvimento do Pensamento Crítico em Cursos de Educação Continuada e à Distância. Informação & Informação, v. 3, n. 2. Disponível em: https://brapci.inf.br/index.php/res/download/43001. Acessado em: 21 de Janeiro de 2022.

 Valle, L. H. C.  N.  & Abranches, S. (2010). Pensamento Crítico na Web: Trajetórias da Pesquisa Escolar. Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação NEHTE/UFPE. Disponível em: http://www.nehte.com.br/simposio/anais/Anais-Hipertexto-2010/Lucia-Helena-Cavalcanti-Valle.pdf. Acessado em: 21 de Janeiro de 2022.